A Conferência Episcopal Argentina (CEA) desmentiu a realização de um "ato político" na Missa pelo 11º aniversário da fundação da Família Grande do Lar de Cristo (‘Familia Grande del Hogar de Cristo’ - FGHC), celebrada na Basílica de Nossa Senhora de Luján, no domingo, 10 de março.

Esta declaração foi feita através de um comunicado emitido pela Comissão Nacional da Pastoral de Vícios e Dependência Química da CEA, assinado pelo Bispo de Merlo-Moreno, Dom Carlos Maletti, o Bispo de Añatuya, Dom Melitón Chávez e Pe. José María Di Paola.

A comissão rejeitou o que foi divulgado por alguns meios de comunicação e redes sociais que "replicaram as falsas críticas e falsas acusações sem verificar as informações".

Isso porque atribuíram a celebração da Missa a setores ligados ao Kirchnerismo e à Confederação dos Trabalhadores da Economia Popular (CTEP). Alguns denunciaram inclusive uma profanação do templo por causa dos cantos e de outras expressões dos fiéis.

Diante desta polêmica, o Episcopado expressou: “Somos conscientes de que através das redes estavam sendo divulgadas estas informações falsas e estavam distorcendo o que ocorreu. Somente um fariseu pode interpretar que esta Missa tenha sido um agravo à Virgem ou que teve um viés político”.

"A Missa não foi um ato político, não teve representantes de nenhum espaço ou partido, são falsos os nomes de líderes, referentes e grupos que apareceram nas redes e comunicados", esclareceu.

A comissão assegurou que "tampouco foi uma profanação" e que "a Eucaristia como gesto sagrado de encontro e comunhão é reflexo de que as famílias que compartilharam a Missa conformam uma comunidade católica, fraterna e generosa que se comove e organiza para enfrentar a complexa realidade que os argentinos vivem".

Sobre o uso de tambores dentro do templo, esclareceram que "faz parte das bandas dos Lares" e que as bandeiras são "verdadeiros estandartes que refletem um sentido de pertença inquebrantável e os representa”.

Além disso, "a música que eles cantam de forma apaixonada e fervorosa é ‘A Vida como vem', uma das premissas com as quais o Papa Francisco iluminou este trabalho".

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"Repudiamos alguns meios de comunicação e redes sociais que replicaram as falsas críticas e falsas acusações sem verificar a informação", lamentou a Comissão Nacional da Pastoral de Vícios e Dependência Química da CEA.

A CEA observou que existem 179 Lares de Cristo, que "acompanham milhares de jovens com suas respectivas famílias que se encontram imersos nesta problemática complexa do consumo de drogas, consequência da pobreza, abandono, exclusão e marginalidade com a qual vivemos diariamente”.

"Convidamos todos a conhecerem a Família Grande do Lar de Cristo, para que se sintam – como se faz no Lar de Cristo – felizes em compartilhar este caminho com nossos irmãos”, expressa a mensagem.

Esta rejeição foi partilhada por Família Grande do Lar de Cristo, que através de um comunicado, lamentou "se esta festa confundiu alguns, sobretudo aqueles que estão acostumados a pensar que quando se escutam instrumentos de percussão, tambores e ritmos populares estão diante de algum tipo de manifestação política”.

"Aos pés de Maria de Luján, padroeira da Argentina, renovamos o compromisso de 'Receber a vida como vem' e 'corpo a corpo', reafirmando esta maneira maravilhosa de ser Igreja e de viver o Evangelho de Jesus, que nos impulsiona abraçar a todos e não excluir ninguém", afirmou a instituição.

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